20 outubro 2010

Do punho do meu amigo Carlos Pedro, 3 anos depois...

É difícil mergulhar no mais profundo subterrâneo da poesia e, trazer à superfície a real intenção do criador enquanto o mesmo, sujeito-poético, limita-se em traduzir de uma forma recriada movido por um sentimento próprio ou emprestado à beleza do mundo (material ou imaterial) que o rodeia com todas as suas peripécias, utilizando um recurso inalcansável que se chama subjectividade, cujos os ditos phd, litero-psicopatas ou pedras vitalícias no mundo da literatura não conseguem penetrar, sem que o autor que nem sempre é o dono da criação (sabe-se lá de onde vem a inspiração, mistério dos deuses ou Deus) possa decifra-lo.

Cada poeta na psiquiatria literária é um mundo diferente do outro e, dentro dele e nele vive as suas loucuras. O mais disperso e loucuroso poeta convence o mundo, quer seja hoje ou daqui a milhares de anos, quando escreve com veracidade as realidades da sua época eternizando-o num tempo para as gerações vindouras, sem ter que temer os críticos que por vezes não conseguem criar o que criticam e, se criam não têm o livro como modelo capaz de mudar o Mundo ja que o artista, como diz o conceito netiano, é um formador de consciência, como é o caso do poema kumbú sujo que se assemelha a vida de muitos jovens desempregados ou mal empregados que não desfrutam os momentos hilariantes da vida com a mulher do sonho porque não há agulha política para remendar-lhes os bolsos rasgados.

Meu kamba das batalhas infinitas e das conversas filosóficas sabor a vinho, a medida que te escrevo e me escrevo neste dia cinzento em que os fantasmas anunciam a não entrega do prémio literário Antóno Jacinto por falta de qualidade sengundo os mesmos, há uma parte do universo literário que se afunda dentro de mim porque a história traz-me lembranças amargas de grandes poetas, artistas eternizados no tempo que na sua época mal entendidos, foram escorraçados ou até mesmo mortos aprovados somente por esta geração, por isso o poeta não precisa de perguntar ao outro poeta se o é, porque já o é mesmo sem querer ainda que os habitantes desta época não o aprovam.

O poeta é como as ervas daninhas, nascem por sí só, mesmo sem serem regadas estão sempre novas e verdes. O mais importante é estar no meio dos poetas a crescer, ler, pesquisar, debater e estabelecer um intercâmbio com a arte nas mais variadas disciplinas.

A nossa geração vencerá, aguardo-te na verdadeira união dos escritores angolanos dos nossos sonhos, lá.... no lá a frente das nossas vidas.

Carlos Pedro

Poeta e Estudante de Línguas e Literaturas Africanas.

Sede da Brigada Jovem de Literatura de Angola , aos 01 de Setembro de 2007.

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