18 maio 2010

UNESCO celebra Dia de Língua Portuguesa

Os países membros da CPLP na UNESCO celebraram no dia 12 de Maio, na sede da organização, a quarta edição do Dia da Língua Portuguesa, data que foi motivo para o secretário executivo da Comunidade, o embaixador Domingos Simões Pereira, da Guiné Bissau, destacar a matriz cultural, fundamento da comunidade, que confere à parceria com a UNESCO uma importância crucial.
A UNESCO fez-se representar pela sua Directora-Geral, Irina Bokova e pela Directora-Geral adjunta para a Cultura, Françoise Rivière, que tomou a palavra, para além do presidente da Conferência-Geral, Davidson Hepburn, que, por impedimento físico, teve a sua mensagem transmitida em vídeo. Do grupo de países membros da CPLP na UNESCO, emergiu a intervenção inaugural do seu coordenador e delegado de Portugal, Manuel Maria Carrilho, seguida do discurso do delegado do Brasil, João Carlos de Souza-Gomes, que antecederam o pronunciamento do secretario executivo, a encerrar a parte política do acto. Estiveram ainda presentes nesta festa da Língua Portuguesa, o delegado de Angola junto da UNESCO, embaixador Diekumpuna Sita José, o representante permanente de Timor-Leste junto da CPLP, José Barreto Martins e a embaixadora de Moçambique em França, dentre outras personalidades diplomáticas, empresários e público em geral.

Seguiu-se o momento do espectáculo, iniciado com três poemas de Agostinho Neto, “Para além da poesia”, “Kinanxixe” e ‘O içar da bandeira”, lidos por Manuel Jorge, presidente da Casa de Angola em França. O cantor angolano Lulendo abrilhantou o palco da sala I da UNESCO, com a sua voz de fino timbre e o seu quissanje de sons ancestrais. Os mais de mil convidados, constituídos, na sua maioria, por cidadãos dos países de língua oficial portuguesa na diáspora e funcionários diplomáticos ou em missão de serviço na França e na Europa, puderam depois deliciar-se com músicas cantadas por Celina Pereira, artista caboverdiana e Maria Medeiros, de Portugal, apara além de escutarem poesia do pintor moçambicano Malangatana, declamada por um seu compatriota.

Um dos trunfos da CPLP

O secretário executivo da CPLP, Domingos Simões Pereira, fez menção, na sua intervenção, das actividades e dos projectos desenvolvidos pela organização que dirige e a UNESCO e que “conferem uma densidade apreciável a esta parceria”, tais como “a promoção e a internacionalização da língua portuguesa; a plataforma de partilha de conteúdos no âmbito da projectada TV da CPLP; o desenvolvimento de actividades ligadas à formação de profissionais da comunicação social em matéria de educação preventiva contra o VIH/SIDA; na formação de tradutores e interpretes de língua portuguesa; na área da alfabetização e da educação de adultos; na promoção e afirmação da diversidade cultural e na realização de manifestações culturais conjuntas entre a CPLP e a UNESCO.”

Domingos Pereira focalizou depois o seu discurso no esforço que a CPLP tem desenvolvido para introduzir a língua portuguesa como língua de trabalho nas organizações internacionais, com o “objectivo da projecção da língua portuguesa como língua global.” Este seria o tom principal da intervenção do delegado do Brasil junto da UNESCO, João Carlos de Souza-Gomes, ao anunciar os resultados mais marcantes da Conferência internacional sobre a língua portuguesa realizada em Março, no Brasil e que analisou o futuro do português no mundo, tendo aquele diplomata apelado a todos os países membros da UNESCO a apoiarem a pretensão do grupo da CPLP de ver o português como língua de trabalho no seio daquela organização internacional.

O delegado de Portugal, Manuel Maria Carrilho enfatizou a riqueza da língua portuguesa, falada hoje em dia por cerca de 250 milhões de habitantes da Terra, o que faz dela a oitava língua global e a terceira língua europeia mais falada no mundo. Sendo a língua oficial de nove países e da região administrativa especial de Macau, o português, apontou Carrilho, “é um dos espelhos que melhor reflectem e melhor exprimem a diversidade cultural de todos quantos a utilizam”, para a seguir anotar que “a História forjou laços profundos e resistentes, cuja solidez foi garantida pelo uso de uma língua comum, o português. Este idioma foi, assim, um elemento de unidade na diversidade.” Carrilho destacou, com base neste elemento de unidade que é a língua, o facto de a CPLP ser uma comunidade que vive, entes de mais, da comunicação entre os seus membros, cujas diferenças culturais são evidentes, o que exige de todos um “espírito de verdadeira negociação, de autentica coabitação, de efectiva convivialidade”, sendo este um dos “trunfos da CPLP no mundo globalizado de hoje”.

E foi a falar português em terras de Charles de Gaulle, que a soirée do dia 12 de Maio na UNESCO, transbordou da sala I para o espaço contíguo onde foi servido o cocktail da recepção a fechar o evento, depois de os convivas terem escutado as imortais baladas dos cancioneiros angolano e caboverdiano, nomeadamente Muxima e Sôdade, cantadas em coro pelos três artistas convocados para a festa da Língua Portuguesa.


José Luís Mendonça

2 comentários:

Carmela disse...

Nossa língua portuguesa é muito linda.

Bjus

José Sousa disse...

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Um abração