Raios do sol ainda a espreguiçarem-se
ja ela está de pé com a kinda na cabeça
Carrega nas costas o seu rebento
e sai correndo a cidade
na ânsia de conseguir pão para os seus
Pés calçados com a poeira da jornada
a descer a calçada
cansada, suada
zunga Luanda
vem de recantos recônditos da cidade cruel
"Amigo está aqui água fresca é cinco kwanza"
Lábios ressequidos da fome que lhe assalta o estomago
Brilho nos olhos negros,
ávida da vida que lhe foge da alma
Esperança negra, já não há verde...
Chega a kubata com os parcos proventos do dia
faz o comer do insensível dono
que a quer "comer" de qualquer jeito
Que vida dura
Leva surra se ela rejeita
jaz fatigada na esperança de mais um dia chegar
Fortaleça-te Deus ó amiga da zunga
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