04 julho 2008

Arte africana e seu futuro





“É o homem, e não a riqueza material, a esperança da nossa áfrica... e a conquista da independência do pensamento africano exige dos seus filhos uma luta sem tréguas” (Jorge Macedo, 2006)


A arte, (termo do latim ars, que significa técnica ou habilidade) tem relação com as manifestações de ordem estética por parte dos humanos. É um fenómeno cultural, que tem haver com o pensamento, com a percepção, e com a capacidade de inovação e criação.Nós africanos, vimos lutando pela independência, que não se limita a uma luta de afirmação política mas também pela libertação do seu povo contra a dominação e opressão. Esta liberdade tem permitido ao homem africano o seu desenvolvimento físico e mental e por sua vez o desenvolvimento da sua própria cultura.

“África, mãe do cordão umbilical” já entrou com sucesso no mundo moderno das artes. A produção bem como a avaliação artística na África, já exige independência. Os artistas africanos não precisam ser simples seguidores daquilo que se faz no ocidente, já podem produzir arte profundamente africana e merecer os devidos aplausos no mundo. Para tal, eles exprimem a sua visão atravêz de um produto original com profundo significado social para o indivíduo e para a comunidade ou sociedade onde ele interage.

Felizmente hoje, a África já se expõe ao mundo com sua arte, já se faz presente em exposições internacionais ou bienais e com muito sucesso merecendo a admiração e o devido respeito o que eleva esta arte africana nos píncaros do modernismo artístico. No entanto, há ainda muito o que se fazer tal como a criação de instituições modernas que capacitam os artistas com recursos necessários para levarem a cabo seus trabalhos bem como capacitar aqueles que estudam esta mesma arte. É chamado também aqui os empresários da arte, o mecenato tem que funcionar.

Na literatura, a África tem alcançado grandes realizações, bem como no cinema e música. O mesmo se pode dizer das artes vicuais embora ainda faltem instrumentos críticos para reclamar e celebrar tais realizações. Notamos por exemplo em Angola, o Etonismo, que pode muito bem ser considerado uma corrente artística mas tem sido contestada pela “miopia” de certos críticos que não valorizam o labor artístico africano.

Os africanos estão na busca de uma cultura, de modo que seus agentes culturais sempre lutarão para valorizar esta rica cultura à exemplo de Wole Soyinka, escritor nigeriano que escreve diferente apesar de usar o idioma do colonizador e da educação formal no estilo europeu. Nomes ainda sonantes na arte africana têm merecido reconhecimento mundial tais como; Aina Onabulu da Nigéria, Ernest Mancoba, sul africano que pintou o quadro composition em 1940 e seus compatriotas no campo literário, John Maxwell Coetzee e Nadine gordimer, cito ainda Chinua Achebe, Ben Okri, Kossi Effoui, Chenjerai Hove, a marfinense Véronique Tadjo, e porque não o nosso Pepetela que no seu “O quase fim do mundo” destaca muito a África. São portanto, uma lista promissora promissora de intelectuais africanos integrantes da modernidade artística que também se quer universal sem deixar de ser acima de tudo africano.

“ Oh minha áfrica
Anelo teus doces beijos no dúlcido
Amplexo da unidade fraternal
Ergue-te entesada e plante tua raiz no coração do mundo”

(Extractos do poema África, mãe do cordão umbilical de Nguimba Ngola, in Vida Cultural 03/06/2007).


Nguimba Ngola
Mulemba waxa Ngola, 20 de Maio de 2008 23:15´

1 comentário:

Anónimo disse...

Migoooooooooooooo :))))))