14 setembro 2006

No caminhar das unhas

No caminhar das unhas
encontrei o fantasma do mal
na odisseia humana de cunhas
o sonho se despedaça qual anormal

Beijo o céu noturno, violento
e no tormento dos injustiçados
chora a dor da alma cansada
na terra do safa-se quem poder

No onírico verdejante do amanhã
saboreio a ondulação marítima da paz
que me apraz
mortificando o cansaço da dor
olvidando a desgraça do desgraçado

Desperto do meu mundo utópico
vislumbro as marcas do real
e fios de lágrimas banham-me
até as vísceras
pois ainda não acabou
a odisseia dos monangamba
que andam na corda bamba
na terra do safa-se quem puder

Valha-me Deus
e livra-me dos algozes
dos montes e ilhas perenes
que estão nem aí com a dor
dos sofredores


Mulemba xa Ngola 14/09/2006 0:15'

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